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Planos de saúde: veja como funciona o reajuste anual e como economizar com a sua escolha

postado Luany Araújo

Um dos dilemas do orçamento familiar é contratar um bom plano de saúde que não seja um enorme peso no bolso.

Entre os principais erros está o de olhar apenas para o preço inicial do plano, mas se surpreender com o preço dos reajustes. Mas há quem se complique ao contratar um convênio com ampla cobertura e usar pouco ou quase nada.

g1 reuniu dicas de como o consumidor deve modular o custo-benefício de um plano médico e como se precaver dos reajustes de mensalidadeVeja abaixo.

Tipos de plano de saúde

De acordo com a advogada Giselle Tapai, especialista em direito da saúde e sócia da Tapai Advogados, o primeiro passo para fazer uma boa escolha de um plano de saúde é entender bem as diferenças, que basicamente é como os reajustes anuais são realizados.

São três principais tipos:

▶️ Individual/familiar

O plano individual pode ser uma boa escolha para quem deseja diminuir as despesas, na medida em que os reajustes anuais são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ou seja, a entidade estima o limite máximo de aumento.

  • Nesta modalidade, a pessoa procura diretamente a operadora para contratar o plano;
  • Os valores de reajuste são tabelados pela ANS. Assim, são considerados mais seguros, pois possuem valores de reajuste mais baixos, se comparado com os planos coletivos.

 

Coletivo por adesão

Nos planos coletivos por adesão, o reajuste de preço é feito de forma livre conforme cada contrato de prestação de serviço. Neste caso, é comum que o valor de entrada seja mais barato que no plano individual, mas os reajustes posteriores podem até dobrar de preço de acordo com a operadora.

  • A associação profissional ou sindicato do consumidor é quem contrata o plano;
  • Os valores de reajuste são determinados de acordo com cada contrato.

Coletivo empresarial

Da mesma forma, nos planos coletivos empresariais o reajuste de preço é feito de acordo com cada contrato de prestação de serviço. Tanto nos planos empresariais ou por adesão, o percentual de reajuste é definido por uma negociação entre a operadora e empresas ou sindicatos.

  • A empresa é quem contrata o plano para o colaborador;
  • Os valores de reajuste são determinados de acordo com cada contrato.

 

Qual é o tipo de plano mais econômico?

Os planos individuais costumam ser mais apropriados para quem deseja uma maior previsibilidade financeira, porque os percentuais de reajuste são tabelados pela ANS. A entidade também mostra, de forma clara, como ela chegou no valor do reajuste anual — definido conforme a inflação e pelo preço das despesas hospitalares.

  • Os reajustes dos planos individuais foram de 9,63% em 2023 e de 6,91% em 2024.
  • Já os planos coletivos, o reajuste médio foi de 14,25% em 2023 e de 13,8% em 2024.
  • A diferença foi de 4% em 2023 e 6% em 2024 de um plano para o outro. Os dados são da ANS.

 

A advogada Giselle Tapai alertou que muitas operadoras não estão mais oferecendo o plano individual, pelo fato de o reajuste anual ser menor comparado a um plano coletivo. “O plano individual não compensa para as operadoras. A dica é: se você tem um plano individual, busque ficar com ele para o resto da vida”, afirmou a especialista.

Mas, para que essa modalidade seja uma boa escolha, é preciso que o consumidor tenha consciência de contratar um plano conforme a sua real necessidade.

Em relação aos planos coletivos por adesão ou empresarial, os reajustes são estabelecidos conforme cada contrato, sem interferência da ANS. Na maioria dos casos, essa modalidade apresenta um menor preço de entrada, o que pode atrair muitos consumidores. Mas é preciso ter cautela porque os reajustes são feitos de acordo com a necessidade da prestadora.

Um outro alerta fica para famílias que criam microempresas pelo MEI (Microempreendedor Individual) para ter acesso a planos de saúde coletivos empresariais. Isso não é recomendado, já que as microempresas não possuem o mesmo poder de negociação que uma grande empresa em caso de aumento abusivo.

Reembolso e coparticipação

Parte dos planos de saúde tem boas políticas de reembolso, caso o segurado precise fazer uma consulta ou exame particular. Quanto maior for o percentual desse retorno, maior será o valor do seu plano, em geral.

Uma opção mais barata é partir para planos com política de coparticipação. Nessa modalidade, os consumidores pagam um percentual sobre cada serviço usado, como consulta e exames, além da mensalidade fixa.

Segundo Giselle Tapai, a alternativa é indicada para pessoas que não possuem grandes necessidades médicas ou precisem de tratamentos recorrentes. Também não é recomendado utilizar a coparticipação em emergências e internações, pois o custo dos procedimentos pode ser alto.

  • 1️⃣ Desconfie de preços muito baixos

Para atrair clientes, algumas operadoras oferecem planos com preços muito baixos. A advogada Giselle Tapai explica que esses planos geralmente são coletivos, o que significa que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não controla o percentual de aumento dos reajustes.

Assim, o primeiro reajuste do convênio pode até dobrar de valor, o que desestabiliza a estrutura financeira dos consumidores.

  • 2️⃣Compare os planos e entenda a sua necessidade

Antes de contratar um plano de saúde, é essencial que o cliente tenha conhecimento sobre a sua real necessidade por tratamentos médicos e, claro, sua condição financeira.

“Vou ao médico com frequência? Preciso de um plano que atenda no Brasil inteiro? Quanto posso pagar por um plano?”. Essas são algumas perguntas podem auxiliar a decisão.

Pessoas com a saúde em dia, mais jovens, podem ter planos que forneçam apenas consultas, exames e terapias simples, com abrangência regional. Nesse caso, planos com coparticipação também podem ser vantajosos.

Pessoas que necessitem de cuidados médicos mais frequentes, como os idosos, podem precisar de planos que cubram internações, exames e consultas com especialistas.

  • 3️⃣ Veja o histórico de reclamações

Para saber a quantidade de reclamações e o nível de confiabilidade de uma empresa que vende plano de saúde, os consumidores podem pedir ao corretor o número de registro da operadora e do plano na ANS. Com isso, no site da ANS, é possível conferir o desempenho das empresas e o ranking de reclamações.

  • 4️⃣ É possível trocar de plano de saúde

Se o consumidor já possui um plano de saúde, mas está insatisfeito com o preço ou abrangência do serviço, é possível solicitar a troca por meio da Portabilidade de Carências no site da ANS.

Com esse mecanismo, o beneficiário consegue migrar para um novo plano sem precisar cumprir novos períodos de carência.

Mas para ter acesso à Portabilidade, é preciso ficar atento a alguns requisitos, como ter ficado pelo menos dois anos no antigo plano.

  • 5️⃣ Cuidado com usos indevidos do plano de saúde

Não é porque o consumidor já tem plano de saúde que ele pode utilizar de forma indevida, exagerada e sem necessidade. O valor das mensalidades também é definido pela quantidade de sinistralidade, ou seja, pela quantidade de vezes que o plano de saúde foi utilizado.

Fonte: G1

www.contec.org.br

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