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Explosão de covid-19 no Brasil: veja os setores que podem ser mais afetados

postado Assessoria

A chegada da variante ômicron do coronavírus no início deste ano fez com que o número de novos casos da doença batesse recorde e voltasse a superlotar hospitais no Brasil. Com a alta dos infectados, medidas de restrições à circulação de pessoas voltaram a ser praticadas pelo poder público, o que faz com que alguns setores da Bolsa de Valores já sejam impactados.

Especialistas acreditam que alguns setores poderão ser mais afetados por essa nova onda de covid-19 no país. Veja abaixo as análises, que apontam que a nova cepa já tem causado impactos em empresas que dependem da reabertura econômica.

De acordo com Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos, mesmo que as restrições sejam mais maleáveis para esta nova variante, o mercado reage de forma negativa —o que resulta em abalos no universo dos investimentos.

“Mesmo que a gente não veja muitas restrições fortes, o mercado acaba reagindo de uma forma negativa e vai buscar empresas mais defensivas. Então temos visto [isso] bastante ao longo dos últimos meses: toda vez que há uma notícia mais negativa em relação à covid, há uma rotação dos investimentos”, afirma.

Assim como os demais entrevistados, Jennie diz que os setores mais dependentes da reabertura da economia e ligados à circulação de pessoas tendem a ser os mais afetados. São eles: de varejo, principalmente o físico; o de shoppings; o de entretenimento; o de turismo; e o de aviação.

Aviação

Afetada desde o início da pandemia, a aviação continua a ser uma categoria fortemente impactada pelo coronavírus e suas variantes.

Segundo Fabrício Gonçalvez, CEO da gestora Box Asset, “se há cancelamento de voos, as empresas não recebem, não faturam, e isso vai ter como consequência seus números, produzindo menos caixa”.

Receitas de empresas Azul e Gol tendem a diminuir, o que, para Gonçalves, torna as ações menos atrativas ao olhar dos investidores.

Por isso, o investidor que já possui ações dessas companhias necessita esperar para entender melhor qual será o impacto dessas novas restrições aos papéis das empresas. O mesmo vale para quem pretende comprá-los.

“Para quem já tem as ações, vale estudar sobre os fundamentos da empresa para ver se vale a pena repensar seus investimentos em uma ótica de longo prazo. [Vale observar se é] um movimento temporário, que não abalou os fundamentos de lucratividade e saúde financeira da empresa”, disse.

Eventos

Para o CEO da gestora Box Asset, o setor de eventos atravessa a pior crise em 20 anos e pode até mesmo entrar em colapso caso as restrições permaneçam por muito tempo.

“A maioria dos estados já estão com medidas restritivas para eventos, então é um setor bastante afetado como uma nova onda de covid. Há uma redução no número de pessoas que frequentam esses eventos, muito por conta das restrições que os governos adotam”, afirmou.

Uma das poucas empresas do setor listadas na B3 é a Time For Fun, que acumula queda de quase 9% só neste ano. Segundo Gonçalvez, as ações da companhia indicam uma tendência de baixa e, por isso, o investidor que não mira o longo prazo deve pensar se faz sentido apostar nesses papéis.

Turismo

Outro setor afetado pela pandemia e também pela chegada da variante ômicron é o de turismo. Para Virginia Prestes, sócia do escritório The Hill Capital e professora de finanças da FAAP, a categoria já acumula baixas na Bolsa neste ano.

É o caso da CVC, que tem apresentado queda de cerca de 10% em 2022 –mas que possui potencial de recuperação, de acordo com Virginia.

[Para] os investidores que já têm ações desses setores, a recomendação geral é manter. Os lucros das companhias vieram bons, crescendo em relação a 2019, antes do covid. Para quem pretende comprar [ações de turismo], para quem tem visão de longo prazo, é um bom momento –já que a Bolsa está barata e, portanto, podemos escolher boas empresas com boas histórias de gestão.

Shoppings

O setor de shoppings, que passou por grandes restrições em 2020, também pode ser novamente afetado, segundo os especialistas consultados. Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, o risco é de que as restrições de circulação sejam mais intensas do que o esperado.

“Existe o risco de voltarem restrições mais duras se os casos de ômicron fugirem do normal. Já estamos vivendo algo diferente, então é um setor sujeito a este evento”, disse.

Por isso, Galdi afirma que os papéis mais afetados dependem das localizações dos shoppings e das restrições regionais.

Apesar disso, ele diz que a expectativa é que a categoria performe de maneira positiva no ano, abrindo espaço para compra, como é o caso da Multiplan, que já sobe 5% em 2022.

De acordo com Galdi, “os resultados do 4T21 serão fortes, vide a prévia da Multiplan [que atingiu R$ 5,6 bilhões em vendas, número recorde na história da companhia”.

O setor de varejo é bem diversificado. Dessa forma, os impactos da nova cepa na atividade das empresas é distinto, com companhias que se adaptaram às vendas virtuais com melhores resultados do que aquelas que se restringem ao varejo físico.

Segundo os especialistas, ações de empresas como Via, que tem caído cerca de 20% neste ano, devem ser mais afetadas.

“Empresas como a Via tendem a ver sua receita diminuir mediante a desaceleração do consumo das famílias, com o contexto de incertezas ocasionado por uma nova onda de covid”, disse Sidney Lima analista da casa de análises Top Gain.

Portanto, para ele os acionistas da companhia precisam entender a composição da carteira para decidirem se devem vender os papéis ou não.

No entanto, Virginia Prestes diz que a queda do varejo abre oportunidades de compra em papéis de empresas que sejam resilientes à pandemia, como Arezzo, por exemplo.

Fonte: UOL

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